quinta-feira, 16 de agosto de 2007

Placas tectônicas se chocam.

Mortes no Peru chegam a 337; defesa civil alerta para novos tremores

Terremoto atingiu Lima e cidades costeiras. Ameaça de tsunami foi afastada.
Um terremoto de magnitude de 7,9 graus na escala Richter atingiu o Peru na noite desta quarta-feira e deixou pelo menos 337 mortos e 827 feridas, segundo o Instituto Nacional de Defesa Civil peruano.
Segundo o Centro de Estudos Geológicos dos Estados Unidos, o tremor de dois minutos, registrado às 18h40 (20h40 de Brasília) teve seu epicentro no mar, a 150 quilômetros ao sul da capital, Lima, próximo à cidade costeira de Chincha Alta.
Diversas casas desmoronaram e houve cortes no fornecimento de energia e nas linhas telefônicas.
Autoridades peruanas disseram que este foi o pior terremoto da história recente do país. O último terremoto a atingir a capital, Lima, ocorreu em 1974, quando um tremor que marcou 6,6 na escala Richter, deixou 78 mortos e 2.500 feridos.
O governo declarou estado de emergência no sul do país. A Defesa Civil lançou um alerta vermelho e avisou que pode haver novos tremores durante os próximos dias.
Nas doze primeiras horas após o primeiro tremor, foram registrados mais de 140 tremores secundários na região próxima ao epicentro. As réplicas voltaram a assustar a população, causando correria durante a madrugada.
Vários dos mortos estavam em um prédio que desabou na cidade de Ica, ao sul de Lima. O desmoronamento deixou mais de 70 feridos.
O presidente Alan García suspendeu as aulas em todo o país para que as autoridades possam avaliar possíveis danos estruturais nos prédios.
García afirmou que ele está enviando três integrantes do gabinete, incluindo o ministro da Saúde, para a região mais afetada pelo terremoto.
Ele também anunciou o envio de médicos e enfermeiras para apoiar os hospitais de Cañete, Chincha, Pisco e Ica, as quatro cidades mais afetadas pelo tremor e onde está a maioria dos feridos.
Os moradores dessa região se reuniram nos parques, em áreas abertas, sem edifícios por perto e longe do mar, para passar a noite.
A cidade de Ica continua sem energia elétrica e os bombeiros trabalham para resgatar as vítimas dos escombros.
Para evitar o caos, os médicos peruanos, que estavam em greve, decidiram voltar ao trabalho por causa do número de ligações de emergência.
Mais cedo, foi lançado um alerta de tsunami para Peru, Chile, Equador e Colômbia, que foi, em seguida, cancelado.
De acordo com Barry Hirshorn, funcionário do Centro de Alerta de Tsunami do Oceano Pacífico, localizado do Havaí, o alerta foi cancelado porque não havia evidência de risco de tsunami.
O tremor também sacudiu prédios na capital peruana, provocando correria nas ruas. Não se sentia um terremoto tão forte em Lima desde 1974.
Houve pânico e muita gente se recusou a passar a noite em um local fechado.
No centro de Lima, onde há construções antigas, um prédio de quatro andares desabou, mas ninguém morreu. Vários edifícios estão com rachaduras e muitos vidros quebraram.
Durante o terremoto, muita gente teve que ser atendida na rua pelos bombeiros.
"Eu estava no escritório quando começou o terremoto. De repente os quadros começaram a balançar e eu corri para a zona de segurança para me proteger. Foi uma confusão", conta a brasileira Sílvia Araújo, que mora em Lima.
"Quando vi que o tremor não parava, decidi descer pelas escadas. Havia centenas de pessoas na rua, assustadas. Muita gente chorando, tentando ligar para a família pelo celular, mas não havia linha", diz Araújo.
Por medida de segurança, as pessoas que moram na orla foram retiradas de casa. "Tivemos que pegar um casaco e sair correndo", diz Ricardo Cortijo, morador de Callao, uma região à beira da praia. Bairros inteiros continuam sem eletricidade e as linhas telefônicas continuam sem operar normalmente. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

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